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Giuseppe Garibaldi, o “defensor de dois mundos”

Giuseppe Garibaldi nasceu em 1807 em Nizza (Nice, hoje pertencente à França), em uma família de marinheiros de Gênova, principal porto do Reino da Sardenha.

Muito jovem, começou a trabalhar de aprendiz, e depois como marinheiro em navios comerciais que navegavam no Mediterrâneo e no Mar Negro. No navio, entrou em contato com as ideias políticas reformistas que inflamaram a Europa do século 19.

Com 26 anos embarcou no navio mercante “Clorinda”, com destino a Rússia, onde umas das paradas era a cidade de Constantinopla (refúgio para exilados políticos europeus) para desembarcar treze passageiros, seguidores das teorias socialistas do filósofo Henri de Saint-Simon. Nessa viagem pelo Mediterrâneo, o líder desse grupo, Emile Barrault, ilustrou a Garibaldi algumas das ideias que defendiam: pacifismo, igualitarismo, equidade entre homens e mulheres e amor livre.

De volta à Itália, ele se juntou ao grupo de La Giovine Italia (Jovem Itália), uma sociedade secreta formada por Giuseppe Mazzini para promover a unificação do país.

Garibaldi participou de uma tentativa de insurreição em Gênova, mas a revolta fracassou e ele foi forçado a se refugiar em Marselha, onde recebeu a notícia de que havia sido condenado à morte.

Garibaldi continuou viajando pelo Mediterrâneo com nome falso, até que em 1836 pegou um navio para o Rio de Janeiro, chegando ao país começou a comercializar macarrão, e consolidou sua formação política. Entrou para a maçonaria e conheceu o militar e líder separatista Bento Gonçalves da Silva.

Quando Bento Gonçalves foi nomeado presidente da República do Rio Grande, que desejava se separar do Brasil imperial, ele acabou sendo preso por se rebelar.

Sua prisão deu início à Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos (1835-1845) no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Em 1837, Garibaldi, “cansado de arrastar uma existência inútil”, como explicou em carta a um amigo, obteve uma procuração de Bento Gonçalves e começou a comandar sua frota de guerra contra a marinha brasileira, contribuindo com seu conhecimento militar, empregando táticas eficazes de combate na água, tanto no mar como no rio, criando estaleiros militares na região.”

Durante os quatro anos em que lutou na Revolução Farroupilha, Garibaldi foi capturado e torturado, sofreu um naufrágio e conheceu aquela que seria o amor de sua vida, Anna Maria Ribeiro da Silva, a Anita Garibaldi (possuía 18 anos e era casada quando se apaixonou pelo guerrilheiro italiano).

Ela deixou o marido, passou a usar roupas masculinas para poder andar a cavalo e lutou ao lado de Garibaldi em todas as campanhas militares no Brasil.

Casaram-se em 1842 e tiveram três filhos: Menotti, Teresita e Ricciotti.

Por volta de 1841, Garibaldi parou de lutar na Revolução Farroupilha e se estabeleceu em Montevidéu, no Uruguai, onde havia uma grande comunidade de exilados e imigrantes italianos.

Pouco depois, ele se envolveu na guerra civil do Uruguai, um longo e complexo conflito entre os partidos “blanco” e “colorado”, cada lado apoiado por um partido diferente da Argentina.

O conflito teve a intervenção diplomática e militar do Brasil, da França e do Império Britânico, além da participação de forças estrangeiras.

Garibaldi aliou-se ao presidente recém-eleito do Uruguai, Fructuoso Rivera do partido colorado. Então criou a Legião Italiana, que sob sua liderança conquistou vitórias em diversas cidades.

Mas o treinamento de Garibaldi no “novo mundo” não foi apenas político e militar. Em suas memórias conta como as imensas pradarias dos Pampas e o modo de vida livre e independente de seus habitantes, os gaúchos, o cativaram.

Nelas ele possivelmente viu a encarnação de suas ideias de liberdade popular e resistência, e tirou inspiração para suas campanhas militares na Itália.

O que conhecemos hoje como Itália, na época de Garibaldi era uma região dividida entre os Estados Pontifícios (uma aglomerado de territórios sob o poder da Igreja Católica na região de Roma) e diversos reinos independentes entre si, e alguns ocupados por outros impérios.

Com a chegada do Papa Pio 9 ao poder nos Estados Pontifícios, em 1846, foi proclamada uma anistia para que os exilados italianos retornassem para casa.

Garibaldi então voltou para a Europa com sua família e alguns dos homens que lutaram ao seu lado na América.

Ele participou de várias batalhas na primeira guerra de independência do Reino de Sardenha contra o Império Austro-Húngaro (1848-1849) e mais tarde na defesa da República de Roma contra os franceses (1849).

“Foram esses episódios que o tornaram em um símbolo do romantismo da época”, explica o historiador Carmine Pinto. “Embora as batalhas que ele lutou tenham sido perdidas pelos italianos, suas ideias venceram a guerra de ideias.”

Em 1849, quando a família fugia de Roma após a derrota contra os franceses, Anita morreu de malária.

Em 1859 ganhou várias batalhas na Segunda Guerra da Independência Italiana (1859) com seu exército de voluntários chamado “caçadores dos Alpes”

Mas foi no ano seguinte que sua fama como estrategista militar atingiu o auge, com a chamada Expedição dos Mil.

Também conhecida como expedição camisa vermelha, consistia em um contingente de 1089 voluntários que saíram de uma praia perto de Gênova e desembarcaram na Sicília.

Em poucos meses, seu batalhão conquistou todo o Reino das Duas Sicílias, que levou à sua dissolução e anexação pelo Reino da Sardenha, um passo importante na criação do Reino da Itália.

Com o encontro entre Giuseppe Garibaldi e o rei Victor Emmanuel II em Teano, perto de Nápoles, em 26 de outubro de 1860, a Expedição dos Mil foi concluída.

Seis meses depois, em 17 de março de 1861, o rei proclamou o nascimento do Reino da Itália e Garibaldi foi consagrado definitivamente como um “herói da pátria”.

Nos anos seguintes Garibaldi participou de outras lutas: pela libertação de Roma (1862), que ainda fazia parte do Estado pontifício; na Terceira Guerra da Independência (1866), e a favor da República Francesa contra as tropas prussianas (1871).

Dois anos antes de sua visita a Londres, o presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, desesperado com as derrotas contra o exército confederado durante a Guerra Civil Americana, ofereceu o comando das forças do norte ao general italiano.

Garibaldi respondeu que estava disposto a aceitar sua oferta, mas com uma condição: que o objetivo declarado da guerra fosse a abolição da escravidão, mas Lincoln ainda não queria fazer essa declaração, temendo o agravamento de uma crise agrícola, e o acordo com Garibaldi nunca se concretizou.

Nos últimos anos de sua vida, o guerrilheiro alternou a atividade política com a aposentadoria na pequena ilha de Caprera, onde morreu em 2 de junho de 1882.

Durante seus 75 anos de vida, foi preso nove vezes pela polícia de diferentes países e condenado à morte pelo Reino da Sardenha. Foi atacado por piratas e gravemente ferido várias vezes em batalha. Foi membro de vários parlamentos e general de vários exércitos.

Foi casado três vezes e teve pelo menos oito filhos. Escreveu romances, poemas e várias memórias.

Graças à sua personalidade carismática, difundiu os seus ideais de igualdade e de luta pela liberdade.

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